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Saúde

Jovens em risco: cigarros eletrônicos podem levar à morte

Moda entre os adolescentes, cigarros eletrônicos podem causar sérios danos e até mesmo a morte.

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Foto: sestovic/Canva

Não se engane com o aroma de frutas, café e até torta de limão, os cigarros eletrônicos são tão prejudiciais quanto os convencionais. Com o uso predominante entre os adolescentes, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) estão cada vez mais atrativos, com formatos que variam de pen drive à bombinha de asma, dificultando a identificação do aparelho por parte dos pais.

Os vapes, como são mais conhecidos, são mais viciantes e possuem uma característica perigosa: a falta de aspectos desagradáveis como cheiro e o gosto ruim dos cigarros comuns. 

O dispositivo é constituído de uma bateria que esquenta o coil, um tipo de resistência que aquece a essência para obter vapor e sabor. Mesmo sendo ilegal, conforme diretriz da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o consumo tem aumentado rapidamente.

Segundo a plataforma de pesquisa Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), pelo menos 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos, correspondendo à 19,7% da população.

O médico pneumologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dr. Eduardo Leme, realiza palestras em instituições de ensino para alertar esse grupo sobre os perigos do hábito e explica, que além do fator social e das más influências, o estímulo também se encontra nas alterações fisiológicas comuns nessa fase da vida. 

“Os adolescentes, num geral, são mais impulsivos, contraditórios e não possuem muita consciência do risco que correm. Porém, tudo isso faz parte do processo de crescimento deles. Existe uma estrutura no cérebro chamada amígdala cerebral, que é o centro das nossas emoções, boas ou ruins. Por outro lado, também temos uma região denominada córtex pré-frontal, que é o controle dessas emoções. Na adolescência, a evolução dessas regiões é desigual. A amígdala cresce mais rápido do que o córtex, causando esses comportamentos. É uma balança desequilibrada, mas não justifica o uso do aparelho. Não precisamos colocar a mão no fogo para saber que iremos nos queimar”, explica o médico. 

De acordo com o especialista, o cigarro possui 4.750 substâncias diferentes, sendo a nicotina a mais preocupante. Considerada uma droga pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a nicotina é a maior responsável pela dependência dos indivíduos e está presente na maioria desses aparelhos. 

“Em um cigarro comum é possível encontrar naftalina e até formol, utilizado para preservação de cadáveres. Tenho 35 anos de formado e me lembro muito bem quando o governo iniciou o mecanismo para inibir o consumo, proibindo as propagandas, delimitando locais exclusivos para fumantes, entre outras ações. Em 15 anos, reduzimos em 50% o número de fumantes no brasil. Agora, com esses novos cigarros, a estatística está subindo novamente. É triste e preocupante”, conta Dr. Eduardo. 

Médico pneumologista do HSV, Eduardo Leme, fala sobre os riscos do cigarro eletrônico.

Saúde em perigo

O tabagismo pode causar mais de 25 doenças diferentes, sendo o câncer a principal delas, podendo afetar pulmão, boca, rins e bexiga, por exemplo.

Entretanto, recentemente, as comunidades médicas e científicas identificaram uma nova doença causada pelo dispositivo: a Evali. A sigla é uma tradução do inglês para doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping. Acredita-se que a lesão pulmonar tenha relação com um diluente utilizado nesses aparelhos e que afetam o pulmão, causando um tipo de reação inflamatória no órgão.  

De acordo com o estudo publicado pela revista Thorax, foi revelado que o vapor emitido por cigarros eletrônicos pode ser responsável por desativar as principais células do sistema imunológico no pulmão e aumentar as inflamações no organismo. A doença pode causar fibrose pulmonar, pneumonia e chegar à insuficiência respiratória, levando o paciente a necessitar de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Enquanto o usuário do cigarro comum traga de 10 a 12 vezes, o vape possibilita que o fumante trague de 150 a mil vezes, com uma bateria que dura por horas. “Já atendi um paciente de 14 anos, que fumou durante toda a madrugada jogando vídeo game com os amigos. A quantidade ingerida foi equivalente a dois maços de cigarro comum. O mesmo deu entrada no hospital com intoxicação por nicotina e precisou ser entubado. A criança melhorou e recebeu alta, mas é um alerta não só para os jovens, mas para todos os tabagistas”, alerta o pneumologista. 

Uso não é brincadeira

No início de sua comercialização, o cigarro era visto como um item sofisticado, um indicador de status social. Em um cenário mais moderno, o mesmo é tratado como “descolado” pelos usuários de redes sociais como o instagram e o tiktok.

De uma maneira geral, a influência de familiares e amigos é o que mais estimula o tabagismo. “As pessoas se enganam com os conteúdos lúdicos e se esquecem de que isso é muito grave, é um vício e causa abstinência, dependência e fissura, algo muito difícil de se parar a longo prazo. Na população jovem, o diálogo entre pais e filhos é sempre o melhor meio de prevenção do hábito. O cigarro é, realmente, o malvadão da história”, descontrai o médico ao fazer referência a uma música famosa nas mídias digitais. 

O vício pode atingir níveis mentais tanto quanto físicos, sendo este último mais forte. Entre as alterações clínicas estão, irritabilidade, impaciência, sonolência, falta de concentração, cansaço, alteração de peso e dor de cabeça. A estética também é afetada, com a queda de cabelo, unhas fracas, dentes amarelados e envelhecimento precoce. 

Hoje, por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, o Sistema Único de Saúde (SUS), conta com estratégias de fiscalização e e aos que desejam parar de fumar.

Entre as iniciativas estão a rede de tratamento à pessoa tabagista; promoção de ambiente livre de fumaça; realização de campanhas educativas; e ações de promoção da saúde e a prevenção do tabagismo com adolescentes e jovens.

O tratamento ofertado ocorre no âmbito municipal, preferencialmente na atenção básica dos municípios, e prevê uma avaliação clínica com abordagem cognitivo-comportamental (mínima ou intensiva), individual ou em grupo.

Ainda para o tratamento da pessoa tabagista, a rede oferece tratamento medicamentoso, prescrito pelos profissionais da atenção básica e devem ser disponibilizados na própria Unidade Básica de Saúde ou conforme organização da assistência farmacêutica local, devendo ser de fácil o ao usuário.

Os medicamentos são adquiridos pelo Governo Federal e distribuídos aos Estados, Distrito Federal, Capitais, onde estes possuem autonomia relativa para a redistribuição aos seus respectivos municípios.

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