Atleta de Jundiaí soma 18 medalhas no Jiu-Jitsu e é destaque em 2024
Em entrevista ao Tribuna de Jundiaí, Murillo da Silva Cruz contou como os tatames o ajudaram a superar desafios pessoais e sua jornada até agora no Jiu-Jitsu.
O atleta jundiaiense Murillo da Silva Cruz, mais conhecido como “Caramelo”, encontrou no Jiu-Jitsu uma forma de transformar sua vida. Com apenas 16 anos, ele já conquistou títulos importantes, encerrou sua etapa como faixa branca em grande estilo e se tornou inspiração para jovens praticantes do esporte.
Em entrevista ao Tribuna de Jundiaí , Caramelo contou como os tatames o ajudaram a superar desafios pessoais, se destacar em competições e construir uma carreira promissora no mundo do Jiu-Jitsu.
Confira a entrevista com Murillo Caramelo, atleta de Jiu-Jitsu
Tribuna: Como foi sua trajetória até chegar no Jiu-Jitsu?
Murillo Caramelo: Eu dava muito trabalho na escola e fui diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Durante o período escolar, tive muitas dificuldades para acompanhar o ritmo de aprendizado dos meus colegas. Após o diagnóstico, ei a fazer provas e atividades diferentes das dos outros alunos. Apesar de parecerem mais fáceis, essas adaptações não me ajudaram; pelo contrário, fizeram com que eu me sentisse diferente e deslocado. Com o tempo, me fechei completamente. ei a viver recluso no quarto, jogando constantemente.
Os jogos on-line se tornaram minha válvula de escape, um espaço onde eu podia ser quem eu quisesse. Contudo, sem perceber, acabei preso nesse mundo virtual, afundando em um início de depressão. Eu já não me interessava pela vida real e evitava socializar. Foi então que minha mãe, preocupada com a situação, me levou para uma aula experimental de Jiu-Jitsu. Desde a primeira aula, gostei da experiência e decidi continuar. No início, como em qualquer coisa nova, sofri um pouco até pegar o jeito. No entanto, dentro do tatame, encontrei uma segunda família. Lá, não havia julgamentos nem espaço para que o TDAH me atrapalhasse, porque meu hiperfoco estava totalmente voltado para o esporte.
Acredito que essa conexão foi resultado de uma aptidão natural. A partir daí, minha vida começou a mudar completamente. Não há depressão que resista a um ambiente como aquele. Praticamente não precisei de medicamentos; o Jiu-Jitsu foi o meu remédio. Com o tempo, recuperei minha autoestima. Hoje, muita gente que não me conhece profundamente acha que sou arrogante ou metido, mas mal sabe o que enfrentei para chegar até aqui. Comecei a competir apenas dois meses depois de iniciar os treinos. Agora, dois anos depois, encerro minha etapa como faixa branca e sou graduado como faixa azul. Esse é apenas o começo de uma nova fase.
T: Como foi o ano de 2024 nos campeonatos para você?
MC: Foi um ano maravilhoso do início ao fim! Meu nome ganhou muita visibilidade nas redes sociais, e é surreal chegar a um campeonato e ouvir as pessoas dizendo: “Olha o Caramelo do mata-pombo!” Esse apelido vem de um golpe que utilizo frequentemente nas competições, chamado Loop Choke. Trata-se de um estrangulamento de lapela muito eficiente, e, se o oponente não bater rapidamente, ele pode desmaiar.
O Jiu-Jitsu é, para mim, o esporte mais justo que existe. Ele permite que você lute de igual para igual com outro atleta, considerando idade, peso e graduação. Além disso, dá a oportunidade de desistir antes de se machucar – seja desmaiar ou até sofrer uma lesão mais grave. Basta dar os tradicionais três tapinhas, e a luta termina. Falando sobre meu desempenho nos campeonatos de 2024, participei de 18 campeonatos, 41 lutas, 35 vitórias por finalização, 1 vitória por pontos, 1 vitória por desclassificação do adversário e 4 derrotas. Quanto as medalhas, foram 14 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze.
Foto: @rebeca__schumacker
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T: Quais foram as suas principais conquistas?
MC: Em 2024, tive a oportunidade de disputar várias competições importantes no Jiu-Jitsu e conquistar títulos marcantes. Fui campeão da Copa São Paulo, que é uma competição muito relevante, e também conquistei o ouro em eventos como a Copa Valhalla, a Copa Keisei e a Liga Brazilian Jiu-Jitsu. Além disso, tive grande destaque no Circuito Paulista e também no Campeonato Paulista. No cenário internacional, fui campeão do Sul-Americano e do Campeonato Brasileiro, dois torneios de alto nível.
Outra experiência foi no ADCC São Paulo, onde ganhei uma medalha de ouro e uma de prata. Para completar, conquistei medalhas de bronze no Paulista CBJJE e no Brasileiro CBJJ, e fiquei com a prata no Mundial CBJJE. Cada um desses títulos representa muito para mim e reflete o esforço e dedicação que tenho colocado no esporte. Fechei o ano como 1° colocado no Ranking Paulista Juvenil Faixa Branca, todos os pesos. Foi uma temporada inesquecível!
T: Você já foi Campeão Paulista e se tornou número 1 do Ranking Paulista; e seu próximo campeonato importante seria o Mundial. Como foi? Ficou muito nervoso?
MC: Lutei o Mundial de Jiu-Jitsu na terça-feira (25), e foi uma experiência incrível. Fiz três lutas muito duras contra atletas altamente técnicos e fortes. Consegui vencer essas três batalhas e cheguei à final, mas acabei sendo derrotado por um atleta de Goiás. Não é fácil deixar escapar a medalha de ouro, ainda mais depois de treinar o ano inteiro para um campeonato tão importante, mas reconheço que foi o dia dele.
Ele me estudou bem e conseguiu explorar o modo como eu estava entrando para fechar a guarda dos adversários. Esse é um campeonato que acontece apenas uma vez por ano, e eu dei meu máximo. Infelizmente, saio da faixa branca sem o título mundial, mas estou feliz com o segundo lugar. O nível da competição é altíssimo, com 16 atletas na minha chave, vindos de todo o Brasil e até de outros países, como Argentina, Uruguai, Peru e Chile. Sinto que fiz uma boa participação. Deus sabe o momento certo de tudo. Foi uma ótima oportunidade para me preparar, porque sei que na faixa azul os desafios serão ainda maiores.
T: O que você espera na faixa azul?
MC: Eu espero treinar ainda mais e ser mais exigido pelos meus professores, Diego Rodolfo e Marcos Gazani. Quero aproveitar ao máximo essa nova fase do Jiu-Jitsu para aprender e evoluir no esporte. Minha meta, nesse primeiro ano como faixa azul, é alcançar pelo menos 10% do desempenho que tive como faixa branca, sempre buscando superar meus próprios limites.
Foto: @rebeca__schumacker
T: Cobra Kai é uma mídia que tem representado atletas de artes marciais. Você acompanha a série?
MC: Claro! Minha série favorita é Cobra Kai, sem dúvida, com o Miguel sendo meu personagem favorito. Na verdade, gosto de qualquer história que envolva personagens que utilizam a luta como uma forma de superar seus medos e traumas. A mensagem que Cobra Kai e Karatê Kid am realmente reflete a realidade. Além disso, acompanho muito conteúdo de Jiu-Jitsu e tenho como grande ídolo o Nicholas Meregali. No Jiu-Jitsu, ele é um exemplo para mim, um verdadeiro ícone, mas fora do tatame, ele é conhecido por seu estilo bad boy (risos).
Dentro da minha equipe, às vezes há uma certa implicância por eu irar tanto o Nicholas, mas para mim isso não tem nada a ver com concordar com o que ele faz fora dos tatames. Minha iração está totalmente ligada ao estilo de lutador que ele é e ao que ele representa no esporte.
T: Como o Jiu-Jitsu transformou seu comportamento fora do ringue?
O Murillo fora dos tatames é muito diferente. Eu sou sonhador, caseiro e, como meu pai diz, namorador (risos). Acredito que sou um bom filho também, com uma personalidade carismática que facilita fazer amizades na escola, especialmente depois que comecei no Jiu-Jitsu. Eu sinto um orgulho enorme ao perceber que as crianças do treino infantil repetem coisas que eu falo ou imitam o que eu faço. Isso me deixa muito satisfeito, principalmente por saber que sirvo de inspiração para os menores.
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