Os visitantes que aram pela 40ª Festa da Uva e 11ª Expo Vinho de Jundiaí devem ter visto este quadro do casal Loschi. Você sabe qual a história por trás dele? O Tribuna de Jundiaí conversou com a matriarca Eda Toresin Loschi, de 88 anos, que é um dos rostos – hoje mais maduro – da fotografia.

A pessoa que posa ao seu lado é Eugênio Loschi, falecido em 2005 aos 71 anos devido a um câncer. Ele veio da Itália aos 8 anos de idade, acompanhado dos pais e, ao chegar em Jundiaí, começaram a trabalhar com o cultivo de uva. 

Eda conta que a família tinha um sítio grande e, com o tempo, a terra foi dividida entre os filhos e cada um ou a ter sua própria plantação. Ela, que também é de família italiana, conheceu Eugênio quando tinha 16 anos, namoraram e, em 1956, se casaram. Deste amor, nasceram 7 filhos. 

Papel da família Loschi para que Jundiaí se tornasse a Terra da Uva

A matriarca da família conta que a plantação era uma das maiores e bem vista pela cidade toda. “Os meninos eram pequenos e ele queria sempre plantar mais, arrumou um empregado e foi aumentando”, recorda.

Mas a família enfrentaria dificuldades e, em 1968, devido a uma chuva de granizo que atingiu a cidade, os Loschi perderam parte da sua plantação. “Naquela época emprestamos dinheiro do banco para cuidar da plantação e, depois da colheita, iriamos pagar. Mas sem fruta, sem pagamento”, explica.

Eda conta que não deu para pagar o banco e, no ano seguinte, a plantação enfrentou novamente outra chuva de granizo. “A uva já estava amadurecendo. Nossa, mas chorei tanto! Ele [Eugênio] falou assim: agora tenho que me virar fazendo outra coisa”, diz emocionada.

Apesar dos infortúnios da vida, Eugênio Loschi não desistiu e começou a plantar morango, verduras e hortaliças, além de dobrar a plantação de uva. Contratou outro empregado e seguiu colhendo bons frutos até 1975.

Mas sem conseguir novos empréstimos, ele resolveu lotear o sítio e deixar o cultivo de lado. “Sem esse dinheiro, a gente não podia fazer nada. Ele começou a trabalhar como empregado dos outros”, relembra. 

Eugênio sempre participou da Festa da Uva de Jundiaí, junto de sua família toda, foi destaque como produtor e chegou a ganhar um diploma de reconhecimento pelos feitos nos anos 80 e, mesmo após parar com o cultivo de uva, ele sempre auxiliava nas antigas barracas. 

Cada um de seus filhos seguiu para uma área diferente, mas carregam o orgulho do pai que ajudou Jundiaí a carregar o título de Terra da Uva.