Duas alunas do curso de Fisioterapia do UniAnchieta, em Jundiaí, no interior de São Paulo, alcançaram um importante reconhecimento acadêmico: Maria Luiza Chiminazo Camargo e Ana Beatriz Nunes de Souza tiveram seu projeto de iniciação científica aprovado para apresentação no Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), um dos eventos mais relevantes da área médica no estado.

A pesquisa desenvolvida pelas estudantes tem como tema a avaliação dos benefícios da sedestação precoce em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca com uso de dreno de mediastino, focando na atuação fisioterapêutica dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Ver esse reconhecimento acontecer é indescritível. Ainda estamos assimilando tudo, a ficha realmente ainda não caiu”, afirmam Maria Luiza e Ana Beatriz. Segundo elas, participar da SOCESP é a realização de um sonho acalentado desde os primeiros anos da graduação.

Interesse pela UTI motivou o estudo

A ideia do projeto nasceu do interesse mútuo das estudantes pela área hospitalar, especialmente o ambiente de terapia intensiva. “Vimos na iniciação científica uma oportunidade de aprofundar esse conhecimento e enriquecer nosso currículo acadêmico”, explicam ao Tribuna de Jundiaí.

Com orientação dos professores Daniel e Renata, as alunas iniciaram o estudo no sexto período da faculdade, em agosto de 2024. A coleta de dados foi realizada no Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí, com o apoio da fisioterapeuta Monique Burch.

Superando desafios dentro e fora do hospital

Desde a definição do tema até a coleta e análise dos dados, o processo envolveu vários desafios. A elaboração da ficha de avaliação, por exemplo, exigiu atenção especial para garantir que refletisse a realidade hospitalar com ética e precisão. “Estar dentro de uma UTI, lidando com pacientes e profissionais, exigiu de nós sensibilidade, responsabilidade e maturidade”.

A conciliação do estágio com o desenvolvimento da pesquisa também foi uma etapa difícil. “Foi preciso bastante planejamento, comunicação e esforço mútuo para manter o ritmo da pesquisa mesmo diante dessa fase tão intensa da nossa formação”, relatam.

Resultados com impacto na prática clínica

A pesquisa revelou que a sedestação precoce — ou seja, posicionar o paciente sentado mesmo antes da retirada dos drenos — pode reduzir o tempo de internação e diminuir complicações pós-operatórias. Esses dados, segundo as estudantes, podem contribuir diretamente para a prática clínica fisioterapêutica em UTIs.

“Participar de uma iniciação científica transformou completamente a nossa visão sobre a ciência e reforçou o quanto ela é essencial para a evolução da nossa profissão”, afirmam. A experiência, além de consolidar o interesse pela área hospitalar, fortalece a preparação das estudantes para a residência em terapia intensiva.

Inspiração para outros estudantes

Maria Luiza e Ana Beatriz aproveitam o reconhecimento para incentivar outros estudantes a se engajarem na pesquisa científica desde a graduação. “Não tenham medo de começar. A iniciação científica pode parecer algo distante ou difícil no início, mas tudo começa com o interesse e a vontade de aprender”, aconselham.

Elas reforçam que, além de contribuir para a evolução da fisioterapia, a iniciação científica desenvolve o pensamento crítico e amplia a visão profissional. “Vale muito a pena. O primeiro o é sempre o mais difícil, mas também o mais importante”.

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